quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ÊXODO RURAL E A JUVENTUDE

Êxodo rural entre a juventude se agrava no Brasil                               Rachel Duarte


Debate antigo, o êxodo rural de jovens é uma realidade cada vez mais presente no Brasil. O desenvolvimento territorial está afetando diretamente esta camada da população, que se vê em constante dilema pessoal entre o campo e a cidade. Ao chegar aos centros urbanos, muitos ficam vulneráveis e não raro são tentados ao mundo do crime. Autoridades federais e gaúchas iniciaram um novo processo de redefinição das políticas públicas necessárias para atender de forma igualitária a juventude rural e urbana. O primeiro debate ocorreu nesta segunda-feira (26) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1996 e 2006 o número de jovens com até 29 anos que deixaram o campo chegou a três milhões. “Nos jovens rurais está depositada a continuidade da atividade agrícola das famílias do campo, que são responsáveis pela capacidade produtiva do país e em manter a soberania alimentar do Brasil”, alerta a coordenadora de Desenvolvimento Humano do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ana Tereza Ferreira.
O principal problema da migração dos jovens para o campo é a falta de acesso a bens culturais e a falta de autonomia no campo, explica a coordenadora. “O campo envelheceu e os jovens rurais também querem ter acesso aos bens das demais juventudes. Na sua atividade no campo eles não são autônomos e precisam dividir a renda com o pai, dono da propriedade. Com as mulheres a subordinação é ainda maior”, salienta.
Ainda de acordo com o IBGE, os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos têm um nível de escolaridade 50% maior do que os que moram no campo. A diferença entre os analfabetos é seis vezes maior no meio rural, por isso, a busca para uma vida melhor na cidade está na esperança de uma elevação da escolaridade.
O jovem não é marginalizado apenas pela escassez de incentivos para uma melhor vida e autonomia no meio rural. Outro fator é a expansão desordenada de territórios periféricos no último período. De acordo com o representante da Secretaria Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Marden José de Andrade, desde a década de 70 até 2007, mais de 150 milhões de habitantes passaram a viver nos centros urbanos. “Atualmente, 40% da população brasileira vive em regiões metropolitanas. Nestes aglomerados o crescimento populacional é desordenado e facilita para a escassez de serviços públicos”, justifica.
Segundo ele, estão previstos no Orçamento da União para 2012, recursos específicos para resolução de conflitos fundiários urbanos. “Criamos a Política Nacional de Prevenção a Conflitos Fundiários Urbanos e queremos evitar estes conflitos”, explica.

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terça-feira, 20 de setembro de 2011

A PAUTA APRESENTADA PELA JUVENTUDE DA VIA CAMPESINA.


VIA CAMPESINA BRASIL

Secretaria Operativa
Rua Thomas Edison, 301, Barra Funda
São Paulo/SP - CEP 01140-000
Fone/Fax: (11) 3392 2660
Correio Eletrônico: viacampesinabrasil@gmail.com

 



ABEEF – CIMI    CPT    FEAB    MAB    MPA    MMC  – MST –  PJR    MPP


REIVINDICAÇÕES  DA VIA CAMPESINA BRASIL PARA SECRETARIA DE JUVENTUDE


AGOSTO DE 2011

  1. Acesso a Terra:
·         Acesso a Terra por meio da Reforma Agraria e o assentamento imediato das 100 mil famílias acampadas.
  1.  Trabalho e Renda:
·         Estimular a organização da produção cronstruindo e fortalecendo  as cooperativas, as associações e/ou grupos de produção
·         Construção de um crédito não bancário para possbilitar a juventude se inserir no processo produtivo
·         Criação de um programa de Agroindústria para os assentamentos, priorizando a juventude das comunidades camponesas, indígenas, quilombolas, assentamentos e reassentamentos na produção, comercialização e benficiamento da produção
  1. Educação
·             Programa Nacional de Construção de Escolas do Campo de nível fundamental, médio e construção de Institutos Federais nas comunidades camponesas, assentamentos e reassentamentos;
·              Aceitação por parte do MEC da declaração de dominialidade do INCRA - para a construção de escolas;
·             Plano Nacional de Recuperação e Ampliação das escolas com até 200 estudantes, garantindo bibliotecas, telecentros, quadras poliesportivas e anfiteatro;
·             Construção de creches no campo com padrões de estrutura adequado a realidade do campo e a demanda existente
·             Nucleação de escolas deve ser intra-campo com garantia de transporte escolar de qualidade;
·             Organizar uma estratégia para a superação do analfabetismo no campo, contemplando a alfabetização e a escolarização dos jovens e adultos
·             Garantir um programa de formação continuada de educadores do campo, por níveis e modalidades, e publicações.
·             Estabelecer um formato diferenciado para as escolas de ensino médio, contemplando um currículo especial e o tempo integral/integrado (politécnica);
·             Publicar lei/normativa proibindo o fechamento de qualquer escolar do campo até que os programas de reforma, ampliação e construção comecem a funcionar;
·             Garantir o piso nacional para os profissionais da educação, estabelecendo uma gratificação mínima de 50% para os profissionais que atuam no campo;
·             Garantir a contratação de educadores e mestres da cultura popular para o fortalecimento da cultura camponesa e da educação do campo;
·             Legalização/reconhecimento imediato dos cursos de licenciatura em Educação do Campo;
·             Suplementação dos recursos do PRONERA para os cursos que já estão e andamento e para os novos cursos
·             Inclusão nos concursos públicos de educadores formados nas licenciaturas em educação do campo
·             Programa de educação do campo para as escolas itinerantes (pagamentos de professores, formação dos educadores, material didático, infra-estrutura móvel )

4. Cultura, Comunicação, Esportes e Saude
  • Construção dos centros culturais com: Ciniteatro, Auditório, Salas de oficinas, Sala para criação audiovisual, nas comunidades camponesas, assentamentos, reassentamentos e acampamentos. A exemplo das praças do PAC.
·         Construção de quadras de esportes e centros comunitários nas comunidades camponesas, assentamentos, reassentamentos e acampamentos.
·         Garantir acesso e produção aos bens culturais (criação de radios comunitárias no campo), ampliando o Programa Pontos de Cultura para as nas comunidades camponesas, assentamentos, reassentamentos e acampamentos.
  • Programa esporte e lazer no campo: Pagamento de profissionais da área, formação de educadores, material esportivo, infra-estrutura
·         Extensão do Programa Nacional de banda larga (PNBL) para o campo, com a construção e melhoria de telecentros em todas as escolas das comunidades camponesas, assentamentos, reassentamentos e acampamentos.  com monitoria dos jovens das próprias áreas;
  • Construção de bibliotecas e videocas comunitárias e a acervo com temas literários, científicos e filosóficos, e ainda, materiais com ênfase nas questões agrárias.
·         Garantir a construção de unidades de saúde;






Coordenação Nacional da Via Campesina Brasil
Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal - ABEEF
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento das  Mulheres Camponesas – MMC
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimentos dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Pastoral da Juventude Rural – PJR